domingo, maio 05, 2013

Homenagem feita no jornal "A Folha da Região"


José Geraldo Martinez

            Terminei de ler duas obras do escritor Araçatubense José Geraldo Martinez: “Caminhos Áridos” e “Entre Grãos os Sonhos”.
            “Caminhos Áridos” narra a saga dos imigrantes nordestinos vindo nos famosos caminhões “pau de arara”, onde todo desconforto e sofrimento não ceifam os sonhos de uma vida mais digna, pois na terra natal o sofrimento da seca, da fome e do abandono, impossibilita qualquer tipo de sonho e esperança. Um romance que fala de frustrações, decepções, mas também de amor, superação e perdão. Narra fatos históricos da vida do famigerado cangaceiro Virgulino Ferreira, conhecido com lampião, que tanto aterrorizava a vida dos que viviam naquela região. Com um linguajar coloquial, acessível a todas as faixas etárias e culturais, trazendo uma carga grande de dramaticidade com desfecho sempre emocionante e surpreendente.
            “Entre grãos os sonhos”, fiquei extremamente surpreso, pois não esperava uma maturidade  literária tão grande. Cada página era uma emoção diferente, no final de cada capítulo a emoção renovava. A narrativa é tão minuciosa que a impressão que se tem é de estar assistindo a um vídeo de tão real. Você passa a amar e odiar os personagens como se convivessem com eles. Lauro, por exemplo, tenho certeza de que o autor se inspirou em um amigo e colega do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de letras, o Hamilton Brito, conhecido como “Mirto Fricote”. O romance narra também a saga, só que agora dos imigrantes Italianos que vieram para o Brasil, mais precisamente para a nossa região de Araçatuba, tentar a sorte materializando seus sonhos e ideais.
            José Geraldo Martinez é meu contemporâneo, tivemos um período de convivência na época da escola e depois por circunstancia do destino afastamo-nos. Nessa época, tive a oportunidade de conhecer seu talento como compositor musical e poeta. Teve suas músicas gravadas por muitas duplas sertanejas e cantores solo de renome. Seus poemas de cunho popular agradavam todos os tipos de público, pois salientava os chifres e desamores muito comuns a qualquer mortal. Também muito carismático, pela quantidade de amigos e admiradores que agregou em sua jornada terrena. Com uma formação religiosa de família, segue o espiritismo Kardessista (Fundada por Allan Kardek), retratada no romance “Entre Grãos os Sonhos”. Recentemente deu uma grande prova de que sua fé não é um simples conhecimento filosófico, mas um sentimento que brota do fundo da alma, pois superou com muita dignidade e exemplo para todos uma enfermidade que é vencida somente pelos grandes devotos.  Filho de José Martins Rodrigues e Mercília Rodrigues, por quem demonstra muito afeto e gratidão. E pelos quatro filhos: Érika, Hugo, Caio e Dênis.
            Heitor Gomes: “O Poeta das Multidões”
             


3 comentários:

Rita Lavoyer disse...

Boa-tarde, poeta Heitor!
Lembro-me desta homenagem, pois a li quando foi publicada.

Parabéns a todos, ao escritor(in memorian), ao leitor Heitor, que se inspirou e aos mais distantes que aprendemos muito quando os paralelos se encontram.

è cada um fazendo a sua parte, e bem feita. Amèm!


Patrícia Bracale disse...

Eita que o mundo espiritual esta em festa.
Que o nosso amigo Zé Geraldo nos inspire.
E muitas bênçãos para os seus que continuam...daqui.

António Je. Batalha disse...

Ao passar pela net encontrei seu blog, estive a ver e ler alguma postagens é um bom blog, daqueles que gostamos de visitar, e ficar mais um pouco.
Eu também tenho um blog, Peregrino E servo, se desejar fazer uma visita
Ficarei radiante se desejar fazer parte dos meus amigos virtuais, saiba que sempre retribuo seguido também o seu blog. Deixo os meus cumprimentos e saudações.
Sou António Batalha.