segunda-feira, fevereiro 12, 2007

A primeira vez que eu broxei


Heitor Gomes

A primeira vez que eu broxei,
fiquei louco e desesperado.
Disse:- Isso nunca me aconteceu,
é um fato inusitado.

Logo culpei a mulher,
porque sou forte e viril,
ela que é muito apagada,
por isso que o trem nem subiu.

Ela não sabe de nada,
nem me mata de prazer.
A culpa é somente dela,
que fez meu monumento desfalecer.

Sai correndo afobado,
sem saber o que fazer.
Não queria que ninguém soubesse,
o que eu só queria esquecer.

Nunca tinha imaginado,
comigo tal desgraceira.
Deitar com uma linda princesa
e acordar com a gata borralheira.

Mas a culpa é sempre da mulher,
claro que sou inocente.
Sou macho e muito macho,
mesmo cansado e doente.

Isso nunca me aconteceu,
é a história que vou contar.
O trabalho me deixou esgotado,
ai ninguém vai duvidar.

Com muito medo daquela mulher,
que ela pudesse contar à alguém.
Sabia do meu segredo, que não
podia cair na boca de ninguém.

Imaginem o povo sabendo,
que eu tinha broxado,
lá no bar do bate forte,
seria por todos ridicularizados.

2 comentários:

suzane disse...

Poesia bonita e broxante. Não fique ansioso senão você vai ter que fazer mais poesias desse tipo.
Pensava que era fácil ser homem?
Por isso mulher quando vai casar, tem que arrumar homem bom de cama e bom de papo, senão fazer o quê quando o homem "dobra o cabo da boa esperança" e começa assim: broxando a primeira vez...

h disse...

Este texto é uma ficção. Nunca me aconteceu. Tive que fazer uma pesquisa com o Hélio Consolaro e o MIrto fricote para saber como é.Eles me contaram detalhadamente e eu escrevi o texto. Fiquei com muita dó deles. Foi traumático. Coitados.