Lupanar

Heitor Gomes

Quando entrei naquele lugar,
um verdadeiro lupanar.
Não podia imaginar,
o que estaria para me acontecer.

Bem no canto da sala,
sentada numa poltrona,
segurando sua mala,
toda quieta e tristonha.

Uma linda figura de mulher,
que mais parecia criança,
devido os teus lindos cabelos,
com duas singelas tranças.

Aproximei-me compassado,
um tanto ressabiado e a ela
perguntei:
O que fazes neste lugar?
Local inadequado e insano,
para uma dama ficar.

E ela tímida e envergonhada,
me respondeu intercalada,
que tinha se tornada órfã e
estava desesperada.

Não tinha onde morar,
por isso precisava trabalhar,
nem que fosse naquele lugar.

Ouvindo tudo aquilo,
fiquei um tanto entristecido,
que não conseguia nem falar.
Pois não conseguia imaginar,
que naquele exato momento,
diante de alguém com tanto sofrimento,
eu começava a amar.

Peguei forte em suas mãos
e disse com emoção:
Se quisesse poderia ser a
dona absoluta do meu coração.

Depois de um breve silencio,
ela me olhou dizendo,
que poderia tentar,
pois sua vida era triste e solitária
e por isso queria aprender a me amar.

Então nos abraçamos, com
sentimentos ternos e puros,
sabendo que agora nossas vidas,
juntos teríamos um futuro.

Saímos daquele lugar,
para viver um grande amor.
Que antes era um sonho e
agora se concretizou.