
Heitor Gomes
Pedrinho nasceu com um sonho,
ser jogador de futebol.
Ser igual aos Ronaldinhos,
e também ter o seu lugar ao sol.
Esquecer a dura infância,
de fome, frio e desilusão.
Sonhando um futuro glorioso,
idolatrado pela grande nação.
Estudar não foi preciso,
pois letras não enchem barriga.
Idealizar foi sua excelência,
de um dia ser feliz nesta vida.
Papai Noel lhe deu uma bola.
A comunidade lhe encheu a barriga.
O púbere se encheu de ilusão, e a mãe,
muito rezou a Virgem Maria.
Para que Deus o abençoasse
e cristalizasse o seu ideal.
De Pedrinho se tornar um ídolo,
do Barcelona ou Real.
Artilheiros das grandes torcidas,
idílio de um sonho dourado.
Filho querido da Pátria Amada,
orgulho da prole do Pai Sagrado.
Mas como sonho é sempre sonho,
o de Pedrinho não se realizou.
O ídolo se tornou um proscrito,
e a promessa se pulverizou.
O seu sonho se fez pedra,
o futuro já chegou.
Pedrinho hoje é um homem,
que na vida nunca marcou um gol.
O sonho virou pesadelo.
O destino se fez vil.
Carrapicho dos grandes gramados,
anônimo filho do Brasil.
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