
Heitor Gomes
Sem nenhuma teogonia,
afogado na pia batismal.
As chagas sangrando em vida,
lavadas e lixiviadas pelo sal.
A mãe santa e sagrada,
que devia lhe proteger,
deixou-o abandonado no berço
e foi em busca de prazer.
Hoje ele esta sozinho,
sem amparo e sem carinho,
Afilhado da tristeza.
Apenas com uma certeza,
que a vida lhe será cruel
e não terá nenhuma chance,
de herdar o Reino do Céu.
Mãe infame e sagrada,
perdida nas devassas orgias.
Deixou seu filho querido,
aos cuidados das Marias.
Mas as Marias não cuidaram
e o menino desencaminhou.
A cela fria tornou seu refúgio
e a sagrada mãe chorou.
Hoje chora arrependida,
a ausência do filho amado.
Segregado como fera e
por todos repudiado.
Agora busca a santidade,
a muito tempo esquecida.
De que mãe são todas santas,
coisa que ninguém mais acredita.
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